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Diferenças entre Depressão e Tristeza

  • Foto do escritor: Ricardo C. Machado
    Ricardo C. Machado
  • 27 de fev.
  • 6 min de leitura
Diferenças entre Depressão e Tristeza

A depressão é a doença do século, incapacitando milhares de pessoas no mundo. Segundo a

Seus números têm crescido de forma alarmante e hoje sua prevenção é pauta em diversos fóruns de doenças mentais, nos quais estudos avançam para combatê-la.

Grande parte dos atendimentos em consultórios de psicologia se deve a esse transtorno, com causas variadas.


Com a percepção de mundo alterada, o paciente deixa de receber estímulos que o façam sentir prazer e experimentar estados de felicidade. Ele passa a absorver grande parte da carga e pensamentos negativos ao qual está exposto.


Afinal, o que é Depressão?


Depressão não é tristeza. Depressão é uma doença e como toda doença precisa de tratamento.

No ano de 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou em pesquisa que 5,8% da população brasileira sofre de depressão, apresentando sintomas que podem prejudicar diversas áreas da vida, como o campo profissional, o âmbito amoroso, a socialização e até mesmo a saúde do indivíduo. A mesma organização ainda revela que, em 2030, essa será a doença mais comum em todo o mundo.


Como diferenciar depressão de tristeza?


Todos nós, de vez em quando, nos sentimos melancólicos ou tristes, mas estes sentimentos geralmente são temporários e desaparecem dentro de alguns dias. É função do psicólogo identificar quando um paciente passa a ter um transtorno depressivo e fazer a leitura correta da melhor forma de tratar esse paciente.


Quando a melancolia passa a interferir no funcionamento normal da sua vida e, além disso, o seu quadro melancólico começa a provocar dor, tanto para aquele que sofre com a doença como para aqueles que se preocupam com quem está doente, é hora de procurar ajuda.


A depressão é uma doença comum, mas é um dos males mais graves do mundo moderno e exige tratamento e acompanhamento psicológico para os pacientes. Muitas pessoas com depressão nunca procuram auxílio. Mas a grande maioria, mesmo aqueles com casos mais graves e complexos, pode melhorar com o tratamento adequado.


A pesquisa intensiva da doença nos últimos anos resultou no desenvolvimento de medicamentos, psicoterapias e outros métodos para tratar pessoas com este transtorno.


Quais são os sintomas da depressão?


O reconhecimento da doença é a parte mais complicada antes de chegar ao diagnóstico e prescrever o tratamento. Dados revelam que quase metade dos indivíduos que apresentam o transtorno, não são diagnosticados e tratados.


Os sintomas variam entre irritabilidade excessiva, ansiedade prolongada e angústia aguda; desânimo intenso e necessidade de grande esforço para realizar atividades antes corriqueiras e fáceis, incapacidade de sentir alegria em atividades consideradas prazerosas, desinteresse pelo mundo, apatia, sentimentos de desespero, desamparo, insegurança, culpa desnecessária, baixa autoestima, pensamentos de fracasso e morte, dificuldade de concentração e raciocínio; diminuição ou ausência de libido, perda ou aumento súbito de apetite, insônia, aumento do sono, indisposição, despertar dificultoso, dores físicas sem justificativas médicas, como ânsia, enxaquecas, tensão nos músculos, pressão no peito, sensação de corpo pesado, dores de barriga e outras.


Nem todas as pessoas com depressão apresentam todos e os mesmos sintomas. A gravidade, frequência e duração dos sintomas também variam de pessoa para pessoa, mas os mais comuns incluem:


Sentimentos persistentes de tristeza, ansiedade ou “vazio”


Estes sentimentos constantes e abrangentes podem dificultar a realização de atividades diárias e a manutenção de relacionamentos saudáveis. A tristeza, ansiedade e a sensação de vazio podem ser debilitantes e persistirem mesmo sem uma causa aparente.


Sentimentos de falta de esperança ou pessimismo


A pessoa pode sentir que nada vai melhorar ou que as situações nunca mudarão para melhor, sem conseguir nutrir o sentimento de esperança. Esse pessimismo pode afetar a motivação para buscar ajuda ou fazer mudanças positivas na vida.


Sentimentos de culpa, inutilidade e/ou impotência


A depressão também pode fazer com que o indivíduo se sinta culpado. Ele pode sentir que é um peso na vida dos outros e que tudo o que dá errado – seja na sua vida ou na das pessoas à sua volta – é sua culpa. Essa é uma questão que tende a agravar o quadro depressivo, uma vez que a pessoa começa a juntar lixos emocionais que não fazem bem, obviamente.


Perda da autoestima


Outro sinal da depressão é a perda da autoestima. A pessoa começa a se sentir menos importante e incapaz. Boa parte disso é proveniente dos pensamentos negativos e invasivos que ela começa a ter.


Além do mais, como muitas pessoas não encontram vontade para se cuidar, a visão que elas têm de si no espelho também pode incomodar e contribuir para a redução da autoestima e do amor próprio.


Irritabilidade, agitação


A irritabilidade e a agitação podem surgir sem motivo aparente e levar a conflitos com amigos, familiares e colegas de trabalho. A pessoa pode se sentir constantemente tensa e incapaz de relaxar.


Perda de interesse em atividades ou passatempos antes agradáveis, incluindo falta de apetite sexual.


É comum também que o interesse por atividades que antes eram prazerosas vá reduzindo gradativamente. Se antes a pessoa gostava de assistir a séries, por exemplo, pode ser que ela comece a perder o interesse por esse simples hobby. A perda de interesse pode se estender a todos os aspectos da vida, incluindo relacionamentos íntimos e a libido.


Fadiga e falta de energia


Esse é um dos sintomas iniciais mais clássicos do início de uma depressão. Aqui, o indivíduo se sente muito cansado e indisposto para realizar algumas atividades, como trabalhar, estudar, arrumar casa, encontrar com os amigos, etc.


Há alguns que ainda tentam continuar realizando as tarefas mesmo sem disposição, mas, geralmente, o cansaço costuma ser ainda maior. Esse sinal costuma passar despercebido porque a pessoa ou os outros à sua volta atribuem essa questão a uma rotina estressante e cheia de compromissos, o que retarda o diagnóstico da depressão.


Dificuldade de concentração, de se lembrar de detalhes e de tomar decisões


A concentração pode ser prejudicada, tornando difícil focar em tarefas ou lembrar de detalhes importantes. Tomar decisões, mesmo simples, pode se tornar um grande desafio.


Insônia ou excesso de sono

Problemas de sono são comuns. A pessoa pode ter dificuldade para adormecer (insônia) ou sentir necessidade de dormir excessivamente, prejudicando a rotina diária.


Excesso ou falta de apetite


As mudanças no apetite podem levar a ganho ou perda significativa de peso. A pessoa pode comer demais como uma forma de lidar com emoções ou perder o interesse pela comida.


Dores persistentes de cabeça, cãibras ou problemas digestivos que não melhoram mesmo com tratamento


Os sintomas físicos, como dores de cabeça constantes, cãibras musculares e problemas digestivos, podem persistir, mesmo com tratamento médico, muitas vezes como uma manifestação física do estresse emocional.


Dores no corpo


Você já ouviu falar sobre a psicossomatização? Ela acontece quando um desequilíbrio emocional se reflete externamente. Ou seja, o corpo somatiza as emoções e desencadeia dores e doenças.

Assim, no início da depressão, por causa dessa desregulação emocional, podem surgir algumas dores físicas, como:


  • Dores de cabeça

  • Dores e tensão muscular

  • Cólica

  • Diarreia

  • Azia/gastrite

  • Pressão no peito, etc


Cansaço constante


O cansaço que não melhora com o descanso pode ser um sinal de sobrecarga emocional e mental. Essa fadiga constante pode dificultar a realização de atividades cotidianas.


Pensamentos negativos


Assim como se sentir cansado, se sentir triste não necessariamente indica depressão.

No entanto, esse pode sim ser um sinal quando persiste por mais de 15 dias e não tem intervalos. Quando intensos e frequentes, a tristeza e o sentimento de vazio profundo podem apontar para o início da depressão.


Geralmente, eles vêm associados a alguns outros sintomas, como a irritabilidade constante, os problemas com a autoestima e os pensamentos negativos, por exemplo.


Descontrole emocional


A irritabilidade constante também pode ser um dos primeiros sinais da depressão. No entanto, além dela, pode haver o descontrole de outros tipos de emoções também, como:


  • Raiva

  • Crises de ansiedade

  • Inquietude

  • Grosseria

  • Momentos de euforia, etc


Basicamente o indivíduo sofre com uma desregulação emocional, o que faz com que ele não tenha linearidade nem nas emoções e nem nas atitudes.


Alterações gastrointestinais


Problemas como indigestão, constipação ou diarreia podem ocorrer devido ao estresse e à ansiedade. Essas alterações podem ser desconfortáveis e impactar a qualidade de vida.


Tensão muscular


A tensão constante nos músculos pode ser uma resposta ao estresse e à ansiedade. A pessoa pode sentir dores e desconforto em várias partes do corpo, dificultando o relaxamento.


Isolamento social


Muitos sentimentos podem desencadear o isolamento social na depressão, como a tristeza, a falta de energia, os pensamentos negativos, o descontrole emocional, etc. A partir deles, o indivíduo começa a não ter vontade de socializar com os amigos e familiares e, algumas vezes, ele pode nem mesmo se sentir mais pertencente a determinados grupos.


Desorganização


Outro sinal inicial da depressão é a desorganização, tanto externa quanto interna.

Assim, além da desorganização emocional que já comentamos, a pessoa depressiva pode sentir dificuldades de manter uma organização física de coisas práticas.


A rotina do trabalho e de estudos, por exemplo, torna-se desorganizada, os objetos dentro de casa também. Na realidade, isso é apenas um reflexo do desequilíbrio interno e também da falta de energia para realizar as tarefas.


Você tem sentido muitos desses sintomas frequentemente e sente que sua vida está sendo prejudicada? Chegou a hora de contar com ajuda profissional.




 
 
 

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